Uma menina, uma mulher

segunda-feira, setembro 24, 2007

Nossas 3 horas de fama

Dia 02 de setembro mandei o seguinte e-mail, com a foto abaixo anexa, para a Ana – que também atende pela alcunha de “Japonesa” e nem preciso explicar porquê, certo?!

Japoneeeeeeeeeeeeeeeesa!!!
Dá só uma olhada em quem cruzou meu caminho na Regent Street essa semana!!!!!!!!!
Confirmadíssimo: ELE É LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!
A viagem já valeu a pena!!! Hehehehehehe!
Beijocas
ELA



No dia seguinte, ela respondeu:

ah, para vai.
vc tá bricando q encontrou com ele?
ahhhhhhhhhhhh
isso sim é encontrar um famoso, agora os famosos q eu vi nem vou contar mais pra ninguém... hehehehe
ele viu q vc tirou a foto? Me conta como foi direitinho!!!!!!
bjão

Claro que comecei a rachar o bico... Em nossa época adolescente, o mocinho de Titanic era nosso maior sonho de consumo. Fotos e fotos naquelas típicas pastas pretas com um amontoado de saco plástico (que não eram as de papel de carta, claro!), nossos nomes escritos com Liquid Paper na capa. Mais colegial impossível.

Duas horas depois, o segundo email-resposta:

sua vacaaaaaaaaaaaaa
museu de cera, né.....hahahahahaha
e a gisele, não tava com ele não???
eu passei mais de 1 hora acreditando em vc e ainda contando pra todo mundo q vc tinha visto o leonardo di caprio!!!!!!
só a jeca aqui mesmo...hahahah

Desculpa, Japa. Mas tinha que ser com você... Ninguém mais ficaria tão empolgada com nosso loirinho, e depois de pagar tantos micos no Madame Toussauds, eu precisava fazer piada, né?! : )

Pra quem não conhece, o Madame Toussauds é o mais famoso museu de cera do mundo. Além de Londres, existem unidades em Nova York, Los Angeles, Washington, Amsterdam, Shangai e Hong Kong. Tudo começou com a francesa Marie Grosholz, quando ainda era uma pirralha de 10 anos e aprendeu a arte da modelagem em cera com um médico, patrão de sua mãe. E a bichinha levava tanto jeito pra coisa que aos 20 foi morar na Corte Real de Versalhes como tutora de arte da irmã do rei Luis XVI. Tá bom ou quer mais?

Agüenta aí que tem mais. Na época da Revolução Francesa, Marie retornou a Paris e ajudou o mesmo médico que lhe ensinou tudo sobre modelagem a reconstruir a cabeça de alguns guilhotinados, entre eles alguns conhecidos de Versalhes. Um tanto quanto bizarro, mas enfim, tudo isso pra contar que fui ao museu e, sim, paguei vários micos. E me diverti pra caramba, é bem verdade! : )

Logo na entrada, me livrando dos paparazzi...


Lindo!

Já falei que pegaria os dois! Hahahahaaha! :P


Eu e Julia Roberts, duas lindas mulheres... Hahahahha! Ah, minha modéstia...

Fabi fazendo dueto com Jessica Simpson.

O mestre Pablito Picasso

Amém!

E esses aí, quem são?!?!?!

Capitão Jack Sparrow

Ai, que medo! Hahahaha...

Coitado do Senna... Parecido mesmo só o macacão vermelho e o capacete amarelo.

Pagando de popozuda com a Beyoncé. Obrigada por me dizer quem era, Fabi... Hehehehe!

Pra você eu mostro a língua mesmo!

Por você, eu mostro a língua mesmo!

Antes do chá das 5 com a tia Beth...

Sonhando acordada com William, meu príncipe encantado... Hahahaha!

Já dizia o velho Bob: "Get up, stand up. Don't give up the fight!"

Impressão minha ou os brasileiros são zuados mesmo?!

Robin Willians, para mim, o eterno Patch Adams...

Os meninos de Liverpool ; )

E Japa, fica assim não. Minha irmã até hoje tava acreditando que eu tinha encontrado o Leo de verdade... Hehehehe! : ) Tô muito poderosa, viu?! : )

domingo, setembro 23, 2007

Bégica Parte V - Final - Próxima parada: Bruges, a cidade que parou no tempo

Nosso último dia na Bélgica seria dedicado a Bruges e chegaríamos lá de trem. O único problema era descobrir qual. Num grande painel na bagunçada estação que já não me recordo o nome, ainda em Bruxelas, vimos que faltava pouco tempo para a partida do próximo trem ao nosso destino.

- Olha lá! Tem um daqui 15 minutos. – disse Lorenzo.

- Tá. Mas onde compramos as passagens? – perguntava eu feito barata tonta.

- Tenta aqui nessa máquina que eu vou ver ali no guichê.

Adoro máquinas de ticket expresso! Nada de filas, rapidinho você tem o que quer na mão e pronto. Mas adoro máquinas de ticket expresso quando elas se comunicam numa língua que eu seja capaz de compreender. Francês e holandês não eram o caso. Mesmo assim fui apertando uns botões, confiando no meu sexto sentido lingüístico e na meia dúzia de palavras em francês que a Yara havia me ensinado.

- Oh droga! Por que você não aceita?! – eu tentando uma abordagem mais agressiva com o equipamento com esperança de que me atendesse.

- E aí? Deu certo? – volta Lorenzo perguntando.

- Ah, deu, sim! Deu nada...

- Então vem cá. Vamos comprar ali no balcão. Se for rápido, dá tempo de pegar o próximo trem.

E quando você precisa que o serviço seja ligeiro, o que acontece? Tem sempre uma tia na sua frente na fila querendo resposta pra 352 perguntas... Ali eu já estava pensando no lado positivo de termos que esperar por outro trem para Bruges: café da manhã. Pela minha impaciência dava pra ver que meu humor andava um tanto quanto alterado com a fome.

- Pronto! Plataforma 7. Vamos!

No final da escada, o trem, a nossa espera. Já devidamente acomodados em poltronas fofinhas, me dei conta de que era minha primeira viagem em tal meio de transporte. Antes disso, só foto na Maria-fumaça do zoológico de Araçatuba quando ia fazer pic-nic com a turma da catequese. (Meu Deus, eu fiz catequese! Nem lembrava disso...)

A empolgação com a novidade não demorou muito a passar. Criança chorando, um cachorro bem esquisito (não posso dizer “feio” ou “nojento” porque, quando ainda estava no colegial, prometi à Joana, minha amiga, hoje veterinária, que nunca mais diria isso sobre cão algum) sentado em uma das poltronas, mensagens ditas em francês durante o trajeto que nos fazia pensar “Será que descemos aqui?” e alguém exalando um perfume que não era de banho recém-tomado. E fome. Sorte que pra esse último problema, Lorez tinha um pacote de cookies dentro da mochila. Acho que ele já conhece a peça aqui...

Pouco mais de 45 minutos depois estávamos em Bruges. Ah, sim. Descobrimos que era ali que deveríamos saltar do trem quando o nome da cidade apareceu num pequeno letreiro dentro do vagão.

Dali pegamos um ônibus para o centro da cidade. Nós e mais um bocado de gente. A população de Bruges não chega a 120 mil habitantes, mas o número de turistas que passam por ali a cada ano é aproximadamente 16 vezes maior, quase 2 milhões. Toda essa gente deixa o local movimentado, criando uma oposição ao clima de vilarejo parado no tempo instaurado ali.

E não é só a arquitetura medieval que cria em Bruges essa atmosfera especial. O som dos cavalos puxando charretes, muitas delas, a fazer excursões pelas ruas e pontes, os barcos passeando pelos canais que cortam a cidade, um castelo lindo a beira de um lago e vielas pelas quais você se perde para encontrar uma nova surpresa, um novo caminho que te leva ao que está ali apenas para ser apreciado também contribuem para isso. Imaginei que se alguém desmaiasse ali, um morador diria: “Vou chamar o médico! Eu sei onde ele mora, é na casa amarela atrás da torre”. Mais simples impossível.

Chega de blábláblá, mesmo porque agora sou suspeita pra falar de Bruges - me apaixonei por esse cantinho. E também pelo sorvete de pistache de lá! : )

Um dos charreteiros de Bruges. Ao fundo, a Torre dos sinos de Bruges.

Market Square. Além da tradicional feira, a rgião abriga vários restaurantes e também a Torre dos sinos.


Passeando de barco pelos canais... Yara, achei esse restaurante muito a sua cara! : )

Minnewater Park. Cena de filme...





Pequenina, na base da Torre dos sinos.





Delícia!!! : )





PS: Agora eu entendo porque demorei tanto para escrever sobre essa viagem. Contar essa história foi como revivê-la e agora acabou... Mas tudo bem também. Tem muitas outras vindo por aí! ; )

quinta-feira, setembro 20, 2007

Bélgica Parte IV - 2 rodas e muitos quilômetros

Quando ainda estávamos em Londres planejando o roteiro belga, Lorenzo sugeriu que fôssemos pra Bruges no último dia. Quando foi a Roma, alguém disse a ele que a cidade era especial e que merecia a visita. Eu, quase nada empolgada, topei logo.

Sendo assim, tínhamos só o segundo dia pra “matar” (não seria “viver”?!) Bruxelas. Muita coisa pra ver, lugares pra conhecer e nem tudo ficava na mesma região. Eis que surge a solução: alugar bicicletas! Na hora entrei no meu túnel do tempo particular e me vi na pracinha atrás de casa, em Araçatuba. Maior luta pra conseguir me equilibrar sobre as duas rodas da minha Caloi rosa, com cestinha, claro. Lembro de ter um cata-vento – acho que era material de divulgação de algum candidato político! - amarrado na cestinha, meu pai segurando o banco até que eu pudesse pedalar sozinha, pelo menos por 5 metros, antes do tombo. Engraçado era voltar pra casa com os joelhos e cotovelos ralados e feliz. : )

Bom, retornando ao aluguel das bikes em Bruxelas... O sistema é muito bacana. Em diversos pontos da cidade, há um estacionamento de magrelas e um terminal onde você escolhe por quanto tempo quer a posse do veículo, insere seu cartão de crédito e pronto. Na hora de devolver é tão simples quanto – coloca a bicicleta de volta em qualquer uma das vagas e insere o cartão do aluguel. Não é o máximo?! Não sei porquê os ingleses não trazem essa idéia pra cá. O metrô anda insuportavelmente lotado...

Enfim, munidos de transporte “particular”, mapa e força nas pernocas partimos em direção à Catedral de St. Michel & Gudule. Construída a partir de 1226, a igreja levou 3 séculos – sim, 300 anos! – para ficar pronta. E quando se está lá dentro, diante de toda magnitude da arquitetura gótica, é possível imaginar porquê tanto tempo. Olha só alguns detalhes da catedral e veja se não concorda comigo.









Mais alguns quilômetros pedalando a partir dali e adivinha aonde chegamos! À praia! Não, as placas tectônicas do planeta não se chocaram causando a deslocação de Bruxelas para a costa litorânea belga. A capital continua no seu devido lugar. O que fizeram foi construir a “Bruxelles Les Bains”, o que eles denominaram praia - um amontoado de areia à beira de um canal, chuveiros e grama artificial de um lado e barracas de comes e bebes do outro. Confesso que senti vontade de botar o biquíni (que eu não tinha) e me refrescar naquele mixo esguicho de água diante de tanto calor. A criançada se esbaldava, e o Lorenzo também... Ah, o verão!







Depois do descanso a beira-mar, digo, a beira-canal, montamos as magrelas de novo e pedalamos muitos quilômetros até chegar à Basílica Nacional da Bélgica. Infelizmente boa parte do interior da igreja estava inacessível por conta de uma reforma, e o máximo que conseguimos foi quase atrapalhar um casamento que acontecia ali.



Quando eu já não fazia idéia de quantas milhas havíamos percorrido até então, embora minhas coxas dissessem que muitas, Lorenzo propôs irmos até o Atomium. Concordei com uma condição básica para sobrevivência sob o sol escaldante: sorvete! Justo, né não?! : )

Pedala, pedala, pedala e começamos a avistar a tal estrutura gigantesca. Parecia tão perto... Ahan... Depois de uma bela subida, onde já não sabia mais se eu levava a bicicleta ou se ela é que me carregava, chegamos ao Atomium. Eu com a língua pra fora e as buchechas vermelhas, é bem verdade.

Criado em 1958 para a Feira Mundial de Bruxelas, o Atomium, com seus 102 metros de altura e 2400 toneladas, é uma reprodução - 165 bilhões de vezes maior, óbvio – da estrutura atômica do ferro. Daí o nome. E se você acha que depois de quase 50 anos, o local se tornou um grande “elefante branco”, engana-se. Continua sendo ponto turístico obrigatório. Atualmente, cada uma de suas 9 esferas possui uma função diferente entre museu, restaurante, espaço para exposições e eventos, loja e playground para a molecada.



A melhor parte de pedalar numa subida é a volta. Joelhos parados e vento batendo no rosto. Se conseguisse, teria aberto os braços só pra aumentar aquela sensação boa. Até aparecer uma nova subida... Dessa vez achei que fosse precisar descer e empurrar a bicicleta. Minhas forças estavam a 3 pedaladas do fim quando minha persistência surge do nada e me faz empurrar o pedal mais rápido. Acho que na hora, inconscientemente e sozinho, meu corpo pensou: quando mais rápido fizermos isso, mais rápido acaba. Então bóóóóóóóra! Subi. Quase morri, mas subi. Olha o vídeo pra ver em que situação lastimável eu me encontrava... Isso que dá largar as aulas de spinning! : )



Depois dessa, convenci Lorenzo que a brincadeira de pedalar já não tinha mais tanta graça... Era hora da recompensa: chocolate e cerveja no Grand Place. Não disse que eu tinha adorado o lugar?!

Comida típica na Bélgica é fruto do mar. Eu nunca fui lá muito fã de peixe, camarão e outros habitantes da água salgada. Nascida na “Terra do Boi Gordo”, gosto mesmo é de carne. (Pausa para um desabafo: Ai, que saudade dos churrascos na chácara do Tunes...). Mas, tudo bem, vai. Não fui eu que disse que queria conhecer outros mundos, outros povos e outras culturas. Pois bem, culinária faz parte do pacote cultural, bonitona. Vai se preparando que os moluscos estão a caminho da mesa.



Ostras. Lorenzo as adora. Eu não tinha nenhuma noção de que gosto elas tinham, até descobrir que não tinham gosto nenhum mesmo. Bom pro capixaba que comeu praticamente toda a caçarola sozinho e diminuiu um pouco a saudade de casa.



O segundo dia da nossa temporada belga terminava, porém ainda tínhamos Bruges no roteiro. Mas, dessa vez, nada de bicicletas, por favor.

PS: Quando voltamos a Londres, recorremos ao nosso nem tão velho e amado amigo Google Earth pra descobrir quantos quilômetros havíamos pedalamos naquele dia. Nada menos que VINTE! Não é a toa que no final do dia não sentia minhas pernas... Ou seria isso efeito de alguns copos de cerveja belga?! : )