Uma menina, uma mulher

quinta-feira, março 29, 2007

Educação vem de casa

Cena 1:

Era meu segundo dia aqui na terra da rainha e, apesar do frio, decidi andar por aí pra conhecer a região de Queensway, que é onde fica a casa da minha “família” (a propósito: um post especial sobre isso está no forno!).

Ironia do destino ou não, a duas quadras de onde moro há um shopping, que é bem diferente dos grandes caixotes que encontramos por aí. Sim, há exceções, eu sei... O fato é que lá estava eu “mantendo o olho treinado”, analisando as lojas, a comunicação, vendo as vitrines e... um garoto cuspindo no chão! Ahn?!?!?! Que P**** é essa??? Assim, sem mais nem menos. Desacreditei... Pensei: isso é um povo educado?

Cena 2:

A malha metroviária daqui é de enlouquecer qualquer santo! Pra provar que não estou mentindo, dá uma olhada aqui. Minha sorte é que de casa pra escola não preciso fazer baldeação, só pegar a Central Line e em 15 minutos chego lá. (Ah! Detalhe: pelo menos aqui em Londres, o horário não é tão britânico quanto a gente pensa aí, não!)

Enfim, pra sair do metrô há duas opções: escada-rolante ou elevador. Voltando para casa um dia desses, um dos dois elevadores da estação onde desço estava quebrado. Logo, havia uma pequena aglomeração esperando para usar o que funcionava. Eis que as portas se abrem e... o que aconteceu?

Eles se empurraram??? Gritaram??? Se espremeram como sardinha dentro do elevador??? NÃO! Entraram em silêncio, se acomodaram confortavelmente com o maior número de pessoas possível e pronto. Ficou pra fora? Espere pelo próximo. Pensei, e tive certeza: isso é um povo educado.

terça-feira, março 27, 2007

Faço parte do resto

Depois de não segurar o choro em Cumbica, ter vontade de dar as costas pra tudo, descobrir que sou mais corajosa do que pensava, 10 horas de vôo e 3 filmes* pra passar o tempo, cheguei a Amsterdam. Pense num aeroporto gigante. É maior! Mas isso é assunto pra um post (bem!) futuro. Se tudo sair como planejado, em novembro, vou passar uma semana por lá, descobrindo porquê o país de Mondrian é a terra do "viva e deixa viver".

Mais de uma hora esperando pelo vôo para Londres. Tempo suficiente pra encontrar brasileiros com os mesmos objetivos e transformar a aeronave numa roda de amigos. Vou te falar, viu?! Brasileiro é o F... (no melhor sentido da palavra!) Ô povo amistoso! : )

Enfim, cheguei!

Ah, antes disso: quase chorei quando vi uma placa “WELCOME TO LONDON”. Foi aí que caiu a ficha - Tá acontecendo!!!

Voltando... Cheguei com 1 hora e meia de atraso e lá fui eu pra fila “do resto”, passar pelo controle de imigração. Explico - passageiros com passaportes da Comunidade Européia em uma fila e “all the others” em outra. Que tal?

Quase chegando minha vez, eu (nada ansiosa) analisando as pessoas atrás do guichê - Ah, meu Deus! Aquela mal humorada ali não, por favor! O outro com cara de bravo também não! Aquela!!! A mocinha sorridente! Eu quero aquela...

- Próximo! – diz o homem do guichê 18.

Ah, droga! Não deu tempo dela me chamar...

E aí começa o tremelique:

- Hi! Whereareyoufrom? (Assim mesmo! Tudo junto e MUITO MUITO rápido!)

- Sorry. What did you say?

E ele dá uma risadinha sarcástica, como quem diz “Minha filha... O que você está fazendo aqui se nem isso entende?”, e repete mais devagar.

Depois disso a sabatina: - O que veio fazer aqui? Tem uma carta da escola provando isso? Mas porquê quer estudar inglês? Até quando pretende ficar? Onde vai se hospedar? Mas porquê vai ficar com essa família só até maio se você quer ficar até novembro?

Aí fui obrigada a recorrer à origem tupiniquim e “dar um jeitinho”:

- Pode ser que eu não goste deles. Se gostar, continuo lá. (Ou você acha mesmo que eu iria dizer pro cara ”Então, amigo... sabe o que é? Eu vou pra algum outro lugar da Inglaterra depois de maio, não sei bem ao certo ainda...”??? Nem pensar!)

Funcionou! E lá fui eu... para a saída?! Não... Para o “Controle de Saúde”. E toca a mostrar todos os docs de novo e dizer que o único medicamente que trazia era o anticoncepcional, quando na verdade eu tinha antibiótico e antiinflamatório também.

- Ok. You can go.

Uhuuuuuuuuuuuuuuu!!! Finalmente! Livre! Feliz, feliz, feliz!

Encontro as bagagens, mas o meu nome em uma placa que é bom, nada!

E agora??? Bom, isso fica pro próximo post. ; )

*
Separados pelo casamento – Prova de que achei bastante divertido: a senhora na poltrona ao lado decidiu assistir também pra descobrir do que eu tanto ria!

Dreamgirls – o “duelo” entre Deena (Beyoncé) e Effie (Jennifer Hudson) QUASE vale as 2 horas de filme.

Scoop – Woody Allen é Woody Allen. E ponto.

Finally, in London!

Sim, eu sei. Prometi um blog atualizado regularmente...

O problema é que tenho tantas coisas boas pra contar que não sei por onde começar. Sim, sim, pelo início é sempre melhor. Mas agora não vai dar tempo! São 23h30 aqui em Londres e as aulas começam às 8h30. Tão agradável ir para a escola com o nariz congelando e sem sentir a ponta dos dedos...

Mas voltemos ao que interessa - o começo, ainda em São Paulo.

Antes de sair de casa para o aeroporto de Guarulhos, já havia combinado tudo com o Sr. Jair, o motorista de táxi indicado pela Ellen, uma das minhas muitas amigas japas. Preço fechado e horário combinado.

Às 15h30, eu, mamy e Kika na frente do prédio esperando pelo tal taxista.

Eis que surge um táxi dando sinal de luz.

O motorista sai do carro pra me ajudar com as malas - carinhosamente apelidadas de "Chumbo e Chumbinho", respectivamente com 29 e 13 kg! (Fora a mochila com o laptop e otras cositas más pesando 7kg. Coisa pouca... Hehehehe!

Bom, todo mundo dentro do carro, o taxista pergunta:

- Para onde vamos?

- Pro aeroporto de Guarulhos, né?!

Dois segundos depois caiu a ficha:

- Mas como assim "Para onde vamos??”??? O senhor não é o Jair???

- Eu não!

- Ah, então pára tudo! Desce!

E lá fomos nós tirar a bagagem do porta-malas e procurar pelo Sr Jair...

Bom, acho que deu pra ter idéia de como tudo começou, né?!

Hehehehe... Prometo que continuo a história amanhã.

Enquanto isso, pra provar que o verdadeiro Sr. Jair apareceu e que estou mesmo em Londres, uma foto da galera em Covent Garden. :)


quinta-feira, março 22, 2007

É o seguinte...


A hora é agora. Tô indo, moçada!

Muito obrigada a quem me incentivou a correr atrás deste sonho (Aninha, você é demais!), a quem me deu força quando eu comecei a pensar demais e agir de menos (Japa, valeu por tudo!), a quem não mediu esforços pra me ver feliz (Mãe, eu volto! Juro! Um dia... Hehehehe!), a quem torceu pra dar tudo certo. Valeu, galera!

Vou chorar um monte, sim, me questionar o que eu estou fazendo longe de casa, se era isso mesmo que queria e encher a cabeça de perguntas que só depois vou saber a resposta.

Até lá, uma só certeza: vou sentir saudade! Muita, desde já!

Só mais uma coisa: EU TÔ FELIZ PRA CARAMBA!!!
; )
London, I’m coming!

terça-feira, março 20, 2007

Outra paixão!


Pra sempre Mackenzista!
Ô Saudade!
Eu já era feliz e sabia!
; )

PS: Pra quem não conhece, Ju "Pala Errada" (sim, ela é a garota daquele comercial antigo do Laka, aquele do acampamento, isso, isso!), Martinho, eu e Rafa no bom e velho Macfil, onde aconteciam todas as aulas vagas! Hehehehe...

domingo, março 18, 2007

O dia em que minha mãe se apaixonou pelo Ronald


Reza a lenda que o dom da culinária sempre pula uma geração. Minha mãe, desde que me entendo por gente, sempre fez quitutes deliciosos. Sendo assim, você pode imaginar que minha habilidade gastronômica é (quase!) nula. Só bolos e doces me salvam desta vergonha.

Enquanto morava em Araçatuba, ouvi mamãe dizer zilhões de vezes a mesma coisa: ”Sábado e domingo todo mundo almoça em casa. São os únicos dias em que podemos comer todos juntos.”

Podia chegar a hora que fosse da balada (não que isso me livrasse de encarar a feição incrédula do meu pai quando eu chegava para o café da manhã!), mas o almoço era sagrado, cada um no seu lugar a mesa.


O fato que é a 5 dias de embarcar pra Inglaterra minha mãe está mais ansiosa e preocupada que eu. Depois de imaginar o que eu teria que fazer se ficasse doente, sem dinheiro e todas as outras possibilidades que só uma mãe coruja é capaz de inventar, ela desabafa:

- Ai, filha... E se você não gostar da comida?

- Mãe, se eu não gostar da comida, vou comer Mc Donald’s todo dia. (Não que eu suporte a idéia, que fique claro!)

Os olhinhos dela brilharam! Ronald Mc Donald era o super herói que salvaria sua primogênita da fome. Melhor que ela não veja “Super Size Me”. Pode ser o fim de seu repentino amor. E o começo de mais uma série de suposições exageradas, típicas de mãe superprotetora.

quarta-feira, março 14, 2007

Vai ser assim...

Ok ok... Você tem razão!
Também odeio blog velho, desatualizado.
A verdade é que com o pouco "tempo de sobra" que tive nos últimos dias (ir embora dá trabalho, sim!), estou lendo e vendo muita coisa bacana, de gente criativa e engraçada. Igualzinho vou ser quando crescer!
: )
Tudo pra ter idéias do que trazer pra cá.
Prometo que tudo vai mudar quando todo o resto mudar também. Promessa de vida nova!
Contagem regressiva: 9 dias!
Yeah! Yeah!

domingo, março 11, 2007

Porque eu gosto é de festa! = )

Em recuperação...
Teddy, formatura SENSACIONAL, amigão!

PS: De novo, "Algumas coisas nunca mudam. Saudade é o melhor sentimento do mundo. Ah... a dicotomia da vida!"

quarta-feira, março 07, 2007

Londres, aqui vou eu!

Quase 11h da manhã de quarta-feira, eu dormindo, claro! Afinal, férias servem pra isso também. Toca o celular, um número que não identifico.

- Alô.
- Alô, Cristina?

(Sem piadinha quanto ao nome do extinto programa de TV, por favor!)
- Sou eu.
- Oi, aqui é a Eloísa, do despachante. Tudo bem?
- Tudo. E você? (Ai, meu Jesus! É agora! Tava esperando por essa ligação há 10 dias.)
- Também. O seu visto saiu e agora você tem que...
- UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!! Sério mesmo?!
A pobre da Eloísa, que já deve estar acostumada com as reações extáticas dos “manés” do outro lado da linha, continua:
- É isso, sim. Agora é só você retirar aqui, ok?
- Sem problema. Passo aí logo mais. Muito obrigada, Eloísa!
- De nada. Tchau!

CARACAAAAAAAAAAA! Visto na mão. Agora é real! Só falta fazer as malas, o bota-fora e esperar a ficha cair. = )


PS: Mãe, te devo tudo! Muito obrigada! Te amo muito!

sexta-feira, março 02, 2007

O fim da fase BrandWorks


Depois de muito tempo sem tempo, vamos atualizar isso aqui.

O cenário atual: faltam exatamente 3 (sim, eu disse TRÊS) semanas para a viagem e tô esperando meu visto sair. Força na peruca que vai. Vamo que vamo!

Quarta foi meu último dia na BrandWorks. Adorei esses 2 anos e meio que passei ali. Lembro do meu 1º dia. A Yara, também recém chegada a equipe na época, dizendo: “Vou tentar explicar pra você o que a gente faz que é pra ver se eu entendo também”. Deve ter sido o primeiro sinal de que tudo seria um tanto quanto “diferente”. Mas era cedo (e eu ingênua!) demais pra perceber que ela não era a pessoa mais normal do mundo! Com o tempo vieram outras pessoas, outras histórias, alguns momentos de stress e muitas risadas.

Sempre disse pra Yara (também conhecida como “Coach”) que teria problemas quando mudasse de emprego. (O que será que me espera na terra da rainha? Além do William, claro! Hahahaha). E a culpa é todinha de vocês! Também pudera, né?! Fazer parte de uma equipe em que um exige o máximo de você (e, acreditem, isso é ótimo!) porque percebe seu potencial, enquanto o outro torna todo e qualquer trabalho mais “cururido” e, de quebra, ainda ter um anjo da guarda sempre alerta, é privilégio para poucos! Elaine, take your chance, baby! ; )

Resumindo tudo, me ensinaram a trabalhar feito gente grande, ganhei clientes (e amigos!), fui muito feliz e, mais importante do que qualquer coisa, aprendi que é preciso paixão para fazer bem feito. Muito obrigada por tudo. Vou ser sempre a funcionária Nº 001 da BrandWorks (Pode olhar lá no livro! Hehehehe)

Bom, agora e féééééééééééérias! Tempo pra aproveitar tudo (e todos!) que vou sentir falta quando for embora. E que venha o visto!

PS: Créditos para o galã da foto, Mutley! Um dia vou ter um igualzinho! = )