Uma menina, uma mulher

domingo, março 18, 2007

O dia em que minha mãe se apaixonou pelo Ronald


Reza a lenda que o dom da culinária sempre pula uma geração. Minha mãe, desde que me entendo por gente, sempre fez quitutes deliciosos. Sendo assim, você pode imaginar que minha habilidade gastronômica é (quase!) nula. Só bolos e doces me salvam desta vergonha.

Enquanto morava em Araçatuba, ouvi mamãe dizer zilhões de vezes a mesma coisa: ”Sábado e domingo todo mundo almoça em casa. São os únicos dias em que podemos comer todos juntos.”

Podia chegar a hora que fosse da balada (não que isso me livrasse de encarar a feição incrédula do meu pai quando eu chegava para o café da manhã!), mas o almoço era sagrado, cada um no seu lugar a mesa.


O fato que é a 5 dias de embarcar pra Inglaterra minha mãe está mais ansiosa e preocupada que eu. Depois de imaginar o que eu teria que fazer se ficasse doente, sem dinheiro e todas as outras possibilidades que só uma mãe coruja é capaz de inventar, ela desabafa:

- Ai, filha... E se você não gostar da comida?

- Mãe, se eu não gostar da comida, vou comer Mc Donald’s todo dia. (Não que eu suporte a idéia, que fique claro!)

Os olhinhos dela brilharam! Ronald Mc Donald era o super herói que salvaria sua primogênita da fome. Melhor que ela não veja “Super Size Me”. Pode ser o fim de seu repentino amor. E o começo de mais uma série de suposições exageradas, típicas de mãe superprotetora.

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