Uma menina, uma mulher

domingo, setembro 23, 2007

Bégica Parte V - Final - Próxima parada: Bruges, a cidade que parou no tempo

Nosso último dia na Bélgica seria dedicado a Bruges e chegaríamos lá de trem. O único problema era descobrir qual. Num grande painel na bagunçada estação que já não me recordo o nome, ainda em Bruxelas, vimos que faltava pouco tempo para a partida do próximo trem ao nosso destino.

- Olha lá! Tem um daqui 15 minutos. – disse Lorenzo.

- Tá. Mas onde compramos as passagens? – perguntava eu feito barata tonta.

- Tenta aqui nessa máquina que eu vou ver ali no guichê.

Adoro máquinas de ticket expresso! Nada de filas, rapidinho você tem o que quer na mão e pronto. Mas adoro máquinas de ticket expresso quando elas se comunicam numa língua que eu seja capaz de compreender. Francês e holandês não eram o caso. Mesmo assim fui apertando uns botões, confiando no meu sexto sentido lingüístico e na meia dúzia de palavras em francês que a Yara havia me ensinado.

- Oh droga! Por que você não aceita?! – eu tentando uma abordagem mais agressiva com o equipamento com esperança de que me atendesse.

- E aí? Deu certo? – volta Lorenzo perguntando.

- Ah, deu, sim! Deu nada...

- Então vem cá. Vamos comprar ali no balcão. Se for rápido, dá tempo de pegar o próximo trem.

E quando você precisa que o serviço seja ligeiro, o que acontece? Tem sempre uma tia na sua frente na fila querendo resposta pra 352 perguntas... Ali eu já estava pensando no lado positivo de termos que esperar por outro trem para Bruges: café da manhã. Pela minha impaciência dava pra ver que meu humor andava um tanto quanto alterado com a fome.

- Pronto! Plataforma 7. Vamos!

No final da escada, o trem, a nossa espera. Já devidamente acomodados em poltronas fofinhas, me dei conta de que era minha primeira viagem em tal meio de transporte. Antes disso, só foto na Maria-fumaça do zoológico de Araçatuba quando ia fazer pic-nic com a turma da catequese. (Meu Deus, eu fiz catequese! Nem lembrava disso...)

A empolgação com a novidade não demorou muito a passar. Criança chorando, um cachorro bem esquisito (não posso dizer “feio” ou “nojento” porque, quando ainda estava no colegial, prometi à Joana, minha amiga, hoje veterinária, que nunca mais diria isso sobre cão algum) sentado em uma das poltronas, mensagens ditas em francês durante o trajeto que nos fazia pensar “Será que descemos aqui?” e alguém exalando um perfume que não era de banho recém-tomado. E fome. Sorte que pra esse último problema, Lorez tinha um pacote de cookies dentro da mochila. Acho que ele já conhece a peça aqui...

Pouco mais de 45 minutos depois estávamos em Bruges. Ah, sim. Descobrimos que era ali que deveríamos saltar do trem quando o nome da cidade apareceu num pequeno letreiro dentro do vagão.

Dali pegamos um ônibus para o centro da cidade. Nós e mais um bocado de gente. A população de Bruges não chega a 120 mil habitantes, mas o número de turistas que passam por ali a cada ano é aproximadamente 16 vezes maior, quase 2 milhões. Toda essa gente deixa o local movimentado, criando uma oposição ao clima de vilarejo parado no tempo instaurado ali.

E não é só a arquitetura medieval que cria em Bruges essa atmosfera especial. O som dos cavalos puxando charretes, muitas delas, a fazer excursões pelas ruas e pontes, os barcos passeando pelos canais que cortam a cidade, um castelo lindo a beira de um lago e vielas pelas quais você se perde para encontrar uma nova surpresa, um novo caminho que te leva ao que está ali apenas para ser apreciado também contribuem para isso. Imaginei que se alguém desmaiasse ali, um morador diria: “Vou chamar o médico! Eu sei onde ele mora, é na casa amarela atrás da torre”. Mais simples impossível.

Chega de blábláblá, mesmo porque agora sou suspeita pra falar de Bruges - me apaixonei por esse cantinho. E também pelo sorvete de pistache de lá! : )

Um dos charreteiros de Bruges. Ao fundo, a Torre dos sinos de Bruges.

Market Square. Além da tradicional feira, a rgião abriga vários restaurantes e também a Torre dos sinos.


Passeando de barco pelos canais... Yara, achei esse restaurante muito a sua cara! : )

Minnewater Park. Cena de filme...





Pequenina, na base da Torre dos sinos.





Delícia!!! : )





PS: Agora eu entendo porque demorei tanto para escrever sobre essa viagem. Contar essa história foi como revivê-la e agora acabou... Mas tudo bem também. Tem muitas outras vindo por aí! ; )

Um comentário:

Unknown disse...

NÃO DEVE SER NEM UM POUCO DIFÍCIL SE APIXONAR POR ESSA CIDADE!!!
LINDÍSSIMA!!!
BJÃO