Uma menina, uma mulher

quinta-feira, julho 05, 2007

Buraco premiado

Andam dizendo por estas bandas que o verão chegou. Se for mesmo verdade, preciso rever o meu conceito sobre tal estação porque, pelo menos por enquanto, nada de muito sol. Só chuva – de granizo ontem, dias nublados e até frios.

Mas se você acha que alta taxa pluviométrica segura alguém em casa na terra da Rainha está muito enganado. O que tem de mãe nas ruas se equilibrando pra empurrar com uma mão o carrinho do bebê – devidamente encapado, claro – e com a outra segurar o guarda-chuva, a bolsa, a mala do pimpolho e outros apetrechos básicos de sobrevivência não está escrito.

E chova ou faça sol, o verão é a época dos festivais por aqui. Pra não ficar de fora, desembolsei £ 50 e garanti meu ingresso pro show do Aerosmith e de todas as outras atrações no 2º dia do Hyde Park Calling 2007. Confesso que o que me interessava mesmo era ver a performance de Steven Tyler e companhia. Não fazia nem idéia de quem eram Enjoy Destroy, Reuben e Mc Queen, e tudo que eu sabia sobre Chris Cornell é que ele era um antigo Audioslave. Que me perdoem seus fãs pela ignorância! Ok, Fabi?!

Chega a data do show, o astro rei continua acanhado e não dá as caras, mas lá fomos eu e Lorenzo. Fabi, Ju e George até foram conosco pro parque, mas nenhum deles queria abrir a mão pra acompanhar a gente. Sendo assim, sentimos muito, mas vamos indo nessa.

Pra minha surpresa, o grande evento tinha um quê de exposição agropecuária araçatubense com todas aquelas barracas de comidas e bebidas espalhadas pelo recinto. Mas nada de chapéus de caubói e fivelas gigantes. O que se via por lá era muita gente. Das patricinhas se equilibrando em botas com salto agulha aos punks com cabelo um-dia-fui-moicano devido à chuva que não parava, todas as tribos estavam ali representadas. E, claro, havia também lama. Muita lama.

Como era muito cedo pro show que realmente queríamos assistir, estávamos tentando descobrir qual era a atração do palco secundário quando o celular do Lorez tocou. George do outro lado da linha.

- Fala, Xupenga! – apelido esse cujo significado até hoje ninguém conseguiu me explicar.

- CHUPAAAAAAAA! Entrei de graçaaaaaaa! Onde vocês estão?

- Hein?! Como assim?!?!? Encontra a gente em frente à tenda azul, tá vendo?

Foi isso mesmo! Enquanto eu e Lorenzo buscávamos o line-up do dia, George e Fabi tentavam desvendar, através dos buracos nos tapumes, o que acontecia do lado de dentro da festa. Até que duas fadas-madrinhas - disfarçadas de ingleses bonzinhos - chamam os dois e perguntam:

– Vocês querem entrar?

– Depende. Por quanto você tá vendendo o ingresso? – questiona George.

- Nada. Tiramos essas pulseiras de convidado vip e damos pra vocês, se quiserem.

- Opa! Claro que a gente quer!

Depois de arrancar a fita – e por pouco as mãos dos rapazes! – os dois correm, comemorando a economia de 100 pounds, na direção da Jú, que acompanhava a façanha de longe.

- Amiga! A gente vai entrar! – solta Fabi.

- Freeeeeeeeeeee! – acrescenta George.

- Vamos! A gente compra um ingresso e racha entre nós três!

Mas a japinha não se empolgou com a proposta pra conferir a origem genética dos lábios carnudos de Liv Tyler, e voltou pra casa.

Já não bastasse ter mais amigos pra curtir o show, surge outra boa nova – Joe Satriani tocando ao vivo na tenda ao lado! Graças ao Pé, eu sabia que o cara era fera. Era nosso dever conferir e aproveitar.

Porém, óbvio, todo mundo teve a mesma idéia. Afinal, além da incontestável maestria do indivíduo, ele tocaria no único ambiente coberto do evento em um dia de forte pé d’água. Pra onde é que você acha que as pessoas resolveram ir??? Resultado: fila.

Depois de vinte minutos esperando e sendo um pouco esmagada – nessas horas é f*** ser baixinha! – consigo entrar na tenda. E lá estava o guitarrista mandando ver. Uma hora e meia tocando, inclusive com a boca! Se eu, que não conheço muito do seu trabalho, curti pra caramba, imagine os jovens senhores que estavam por lá. Sensacional! Bate palma pra ele, o menino é bom! Pé, o vídeo é especialmente pra você. ; )

Final da apresentação de Joe, hora de ir pro palco principal, afinal nesses momentos eu preciso me posicionar estrategicamente em frente a um telão. Ou você acha que eu consigo ver muita coisa lá no palco tendo 1 metro e 60 de altura e 9 graus de miopia?!?!

Surgem os primeiros acordes de “Love in an Elevator” e a galera grita, pula e aplaude. Daí pra frente vieram muitos outros hits, mas faltou “Pink”, Mr Tyler! E o dilúvio?! Ah, sim. Deu uma trégua durante o show. Mas quem se importava com isso? No final, só serviu pra deixar o festival mais engraçado e todo mundo parecendo criança, feliz, tomando banho de chuva na rua. Ou melhor, no parque.







Um comentário:

Unknown disse...

tb quero ir pra Londres pra usar um chpeuzinho charmoso igual ao seu!!!heheheh
bjo